A Black Friday 2018 começa em todo o Brasil nesta sexta-feira (23) – como em todos os anos, cai na quarta sexta-feira do mês de novembro. Se nos EUA as lojas físicas registram a maioria das ofertas, aqui o foco é o e-commerce. Por isso o perigo de uma fraude online aumenta bastante.
À meia-noite da quinta para a sexta-feira, muitos sites de vendas já exibem as ofertas – alguns deles na verdade já vem reduzindo preços ao longo dos últimos dias. Não deixe a empolgação vencer a prudência, pois cibercriminosos aproveitam a data para criar sites falsos de compras e e-mails se passando por lojas conhecidas, em uma tática conhecida como “phishing”.
Os hackers assim conseguem dados pessoais das vítimas ou clonar o cartão de crédito delas. Portanto, siga as dicas abaixo para fazer compras sem ser vítima de golpes virtuais como esses.
Uma das maiores garantia de que uma loja online é um espaço seguro é se ele usa o certificado de segurança SSL, que criptografa os dados pessoais e de cartão dos compradores, em um processo de proteção similar ao usado no aplicativo de mensagens WhatsApp.
Sites com SSL podem ser identificados facilmente. Um dos sinais é a letra S no HTTP do endereço URL, além do cadeado no navegador e aplicação do Selo de Segurança, que geralmente fica no rodapé da página ou na tela de pagamento.
Henri Sternberg, diretor de Negócios Corporativos da Certisign, dá mais um procedimento a ser seguido aqui: “Não basta apenas conferir se o site tem o selo. É preciso clicar em cima para checar as informações do certificado SSL, que deve ter sido emitido para o site em questão. Essa mesma conferência pode ser feita ao clicar no cadeado também”.
É verdade que quase toda loja online envia aos seus consumidores e-mails de ofertas. Mas você precisa treinar seu “desconfiômetro” nesses casos. Se a oferta foi muito exagerada, ou se a diagramação e remetente do e-mail forem estranhos ou amadores demais, passe longe. Há boas chances de ser golpe.
Não confie em promoções de empresas nas quais você não solicitou cadastro. E se vir pelo WhatsApp, pior ainda. Algumas lojas já se comunicam com o público via WhatsApp Business, mas nestes casos eles costumam trazer um selo verde de verificação ao lado do seu nome, se forem reais. Não tendo isso, melhor evitar o contato.
A dica da diagramação visual para e-mails, dita acima, também vale para os sites. Se o site tiver muitas imagens quebradas ou de baixa resolução, textos mal escritos ou com erros de português, anúncios duvidosos ao redor da interface (como eróticos) e coisas do gênero, talvez não seja uma loja confiável – e mesmo se for, terá problemas sérios de imagem perante o público.
Esse é um truque que pode pegar na distração até mesmo usuários mais experientes. Trata-se de criar sites falsos com URL parecida com as dos nomes das empresas, trocando apenas um caractere, como por exemplo trocar “uol” por “uoL” – ou seja, o “L” minúsculo por um “I” maiúsculo.
Em e-mails, há o golpe do endereço mascarado. No texto do e-mail, promete levar a uma loja conhecida, mas ao passar o cursor do mouse sobre o link antes de clicar, você verá uma URL que não tem nada a ver com a loja em questão.
Faça sempre isso antes de clicar em ofertas de e-mails, mesmo os de lojas grandes. Ou melhor: sempre digite o endereço do site da loja no navegador de internet, a partir do endereço da home, e lá procure a suposta oferta que você ficou sabendo.
Se você recebeu um e-mail com uma fatura de compra desconhecida, não clique. A chance de ser falso é grande. Mas se ficou preocupado, então siga a dica anterior: abra o site da loja ou banco em questão digitando diretamente na barra de URL, e faça o login para verificar as últimas despesas.
Nem sempre os grandes sites de compras trazem as melhores ofertas. Sites menores podem trazer alguns achados, mas nestes casos, faça suas compras em lojas com boa reputação.
Consulte a loja em páginas de avaliação de reputação e veja quais são as políticas de privacidade. E mais: confirme se ela não está na “lista negra” do Procon-SP – com lojas virtuais que não cumprem a entrega ou não oferecem canais de atendimento para os clientes – e se possível, confira informações como razão social, CNPJ e endereço.
Não realize a compra se perceber alguma inconsistência. Se optou por comprar, guarde o número do pedido, a data e a hora em que ele foi realizado. Anote os números de protocolo e não descarte os registros de contatos efetuados via e-mail ou central de atendimento.
Se está criando novos cadastros seus em lojas online novas, prefira criar senhas inéditas, que não usa em nenhum serviço ou rede social importante. Na pior das hipóteses, se o site for fraudulento, ele poderá te prejudicar desbloqueando outras contas suas com a mesma senha. Programas gerenciadores de senhas também ajudam nisso.
Se sua operadora de cartão de crédito te dá uma opção de criar um cartão virtual nas transações pela internet, vale a pena usar.
Para isso, basta instalar o app do seu cartão, gerar um cartão virtual e realizar sua compra. O número será válido para uma única transação e por tempo determinado, evitando que criminosos o utilizem caso tenham acesso aos dados guardados pelo site.
Não use um computador velho demais, ou com sistema operacional defasado demais (como Windows 7 ou anteriores) para realizar sua compra, pois você não terá acesso às atualizações de segurança mais recentes que te protegerão de tentativas de invasão surgidas nos últimos anos. E tenha sempre um antivírus capaz de bloquear as possíveis ameaças.
Fonte: Uol Notícias